Radiação não ionizante: Agentes de trânsito, trabalhadores que atuam em manutenção de antenas, mantenedores de equipamentos hospitalares, soldadores e lavradores. A princípio essas atividades são completamente distintas e aparente não há nada em comum entre elas.
Todavia, muito pelo contrário elas apresentam semelhanças uma vez que todas elas estão sob influência das radiações não ionizantes.
O que é a radiação não ionizante?
Consiste em uma ameaça a invisível dos raios ultravioleta, infravermelhas, laser, ondas de baixa frequência e das micro ondas.
A radiação não ionizante se apresenta de diversas formas, mas a única que podemos perceber é a luz, as demais variações são invisíveis, mas isso não significa que sejam inofensivas a nossa saúde.
Além disso, a radiação solar é a principal fonte de radiação não ionizante, especialmente os raios ultravioleta do tipo A e do tipo B.
Os trabalhadores que realizam sua atividade sob a luz solar durante o dia inteiro, devem se preocupar com essa exposição, porque essa radiação pode resultar em diversas doenças, não só dermatológicas mas também outras que não são relacionadas a pele.
As relacionadas a pele vão desde queimaduras, como o eritema solar que é aquela vermelhidão, passando por reações alérgicas, o envelhecimento precoce, resultante do efeito cumulativo da exposição solar durante a vida toda e até mesmo o câncer.
Quais as medidas devem ser tomadas para a segurança do trabalhador exposto a radiação não ionizante?
Em atividades em que o trabalhador é exposto a raios UV, cabe ao empregador a organização do trabalho, tomando medidas simples como:
- Pausar as atividades em horários em que a radiação é mais intensa;
- instituir momentos de pausa, onde o trabalhador poderá beber água, possibilitando ao trabalhador repor todo o líquido perdido no suor;
- Fornecer protetor solar, embora não sendo considerado um EPI, o item 2 da NR 21 exige que sejam tomadas medidas especiais que protejam os trabalhadores contra insolação excessiva, bem como o calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes;
- Adotar o uso de óculos de proteção com lente filtrante de radiação, porque assim como a pele os olhos também são prejudicados pela radiação não ionizante.
Outras fontes de radiação não ionizante podem afetar operadores de tráfego em aeroportos, operários de siderúrgicas e técnicos de manutenção de rádio, televisão e comunicação em geral.
Existem alguns mitos…
A propósito, aproveitando a oportunidade, gostaria de fazer um adendo, sobre um tema que tem gerado uma certa controvérsia.
A comissão internacional de proteção contra a radiação não ionizante concluiu que a implementação de redes 5g, em frequências acima de 6 giga-hertz, não traz riscos a saúde. Ao contrário do que dizem por aí.
Continuando…
Ultravioleta, luz, micro-ondas e outros se manifestam em forma de energia térmica.
Os males causados ao nosso corpo vão depender principalmente, do tempo, intensidade e da frequência de exposição.
Uma das regiões mais afetadas pela radiação não ionizante, seria o olho.
Sendo mais especifico o cristalino que é uma estrutura que fica logo atrás da pupila e é a parte responsável pelo ajuste de foco quando estamos fazendo uma leitura por exemplo.
A degradação do cristalino resulta na catarata.
A radiação não ionizante também tem efeitos que não envolvem a liberação de calor.
São efeitos relacionados a ondas eletromagnéticas, emitidas por fontes como radares e antenas.
Embora seja necessário dados científicos, foi observado que o corpo humano em contato com essas ondas sofre uma gama de processos biológicos que resultam em problemas como:
- Dores de cabeça,
- Insônia,
- Irritabilidade.
O que diz a NR 15 sobre a radiação não ionizante?
Assim como em outros anexos da NR-15 que trata de atividades e operações insalubres.
O anexo 7 dedicado a radiação não ionizante não possui uma definição concreta por parte da norma.
Sua avaliação é qualitativa, mas ainda assim podemos encontrar limites de exposição definidos pela ACGIH.
Ademais, medidas simples e baratas podem reduzir significativamente os efeitos da radiação não ionizante, preservando a saúde do trabalhador que não tem preço.
Ainda ficou com dúvidas? Veja esse vídeo sobre a radiação não ionizante.
Autor: Guilherme Severiano Lage / Engenheiro de saúde e segurança.
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