Saber trabalhar as informações negativas ainda não é um ponto forte na maioria das empresas. Mas as crises de imagem tornaram-se comuns nos dias atuais. Muitas vezes, as empresas se deparam com situações que saem da rotina para as quais ainda não há uma solução rápida e corretiva. Para esses momentos, há necessidade de um planejamento com mecanismos eficientes para contornar e controlar os problemas. O gerenciamento de crises serve exatamente para planejar e monitorar o modo como a informação é levada ao público, tanto pela empresa como pela mídia; além de zelar pela imagem interna da organização.
Hoje, o valor das grandes empresas está cada vez mais atrelado a seus ativos intangíveis (conhecimento e experiência de seus empregados, imagem pública da organização, posicionamento de seus produtos ou serviços, relacionamento com seus públicos), que passaram a exercer influência sobre a cotização nos mercados de valores de todo o mundo, como aponta Orduña (2002, p.1). A reputação da empresa é mensurada pela sua percepção pelo público, assim como a marca que a representa. Ambas são fundamentais para o relacionamento entre o público, a mídia, a empresa e a informação. Isso acontece porque, hoje, as pessoas podem obter informações em vários canais. A globalização e as novas tecnologias, como a Internet, fazem com que as possibilidades de informação sejam ilimitadas e extrapolem a localidade onde um fato ocorre.
Além disso, os consumidores e o público em geral estão mais conscientes de seus direitos e exigentes em relação às atitudes e processos das empresas. Todos estão mais atentos e preocupados com as questões ambientais e sociais, levando em consideração, na hora da compra e da propaganda boca a boca, o trabalho que as organizações desenvolvem nessas áreas. Isso também influencia a reputação e imagem das empresas, podendo servir de agravante ou vantagem num momento de crise. Talvez devido ao investimento (que muitos empresários consideram custo) necessário para elaborar e manter um plano de crises, muitas empresas ainda não tenham atentado para a importância do plano, até mesmo como fator de responsabilidade social. Se uma crise é mal administrada, pode não sobrar nada, aos olhos do público, da reputação da empresa, o que acarreta um prejuízo de grandes proporções.
Fonte: www.ufjf.br