Temos que tomar muito cuidado para viver de forma concreta e não abstrata. Muitas pessoas fogem da realidade concreta através do que chamo de “abstracionismos”.
Os perigos do abstracionismo é que podem levar as pessoas ao autoengano. Por exemplo: “Amo a humanidade”. Minha pergunta é: o que faço por uma pessoa concreta? “Amo a juventude” – o que faço por um jovem? “Amo a infância” – o que faço por uma criança? É claro que existem políticas públicas de apoio à infância e juventude, mas é preciso descer ao concreto e ver como, de fato, as crianças e os jovens estão recebendo essas “políticas”.
Da mesma forma na empresa. Muitos dizem: “Aqui os clientes estão em primeiro lugar”, mas quando descemos à realidade de cada cliente vemos que concretamente as pessoas não são bem atendidas, nem estão em primeiro lugar. Assim, é fácil criar slogans, frases de efeito e pendurar cartazes nas paredes. O difícil – e é para isto que estou querendo chamar a atenção neste texto – é fazer as coisas acontecerem concretamente.
Isso também acontece muitas vezes com o que chamamos abstratamente de “qualidade”. Podemos dizer: “Nossa empresa tem qualidade excelente”. A pergunta é saber como cada cliente sente essa qualidade concretamente ao utilizar nossos produtos ou serviços. Será que o que dizemos ou pensamos sobre a nossa qualidade se traduz, concretamente, em cada produto ou serviço que entregamos?
Há pessoas que vivem buscando estrelas no céu, sonhando, vivendo num mundo que fingem existir e não no mundo que realmente existe. Há pessoas que vivem culpando os outros pelos problemas da humanidade, mas se esquecem de fazer a sua parte, pequena que seja, mas concreta para tornar esses problemas um pouco menores. Conheço pessoas que têm a solução teórica para todos os problemas do país, da cidade, da empresa, mas pouco fazem de concreto, elas mesmas, para mudar essa realidade. Há pessoas que vivem esperando que outros resolvam os seus problemas em vez de enfrentar a realidade concreta de que devem mudar o quanto antes sua forma de agir. Gostaria que você pensasse se não está também sendo vítima de abstracionismos em vez de agir concretamente para mudar a realidade.
Pense nisso. Sucesso!
Fonte: Luiz Marins